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O Ombro Instàvel Treinamento com Biofeedback dos rotatores externos para centralizar a cabeça humeral em pacientes com instabilidade e/ou dor anterior do ombroLinda Saboe, B.P.T.,
M.C.P.A. Introdução Instabilidade anterior do ombro e contusão são queixas comuns em atletas que estão associadas ao uso excessivo, afrouxamento da junção, deslocamento pós-traumático e desbalanceamento muscular. Tradicionalmente tratados como entidades clínicas discretas, atualmente se aceita que existe uma considerável sobreposição entre instabilidade funcional e contusão anterior (1-3). Até recentemente, os programas de reabilitação enfatizavam o fortalecimento do subescapular na suposição de que este músculo provia um reforçamento anterior, prevenindo a subluxação anterior da cabeça humeral (4 - 6). Turkel (1981) demonstrou a ineficiência do subescapular para cobrir a cabeça humeral na abdução e rotação externa (7), e Garth reportou que a rotação interna na verdade contribui para o deslocamento anterior (2). Esses achados fornecem uma explicação para as altas taxas de falha nos programas tradicionais de reabilitação (8 - 11). JO trabalho eletromiográfico de Jobe e Perry mostrou os rotatores externos e em particular, o infraespinal, como sendo os principais estabilizadores dinâmicos anteriores do ombro na abdução e movimentos em torno da cabeça do húmero (12 - 14). Essa estabilização dinâmica é provida pela prevenção do movimento de avanço da cabeça do húmero dentro da fossa glenóide. Em 1988, um protocolo de tratamento utilizando o biofeedback eletromiográfico de um canal foi desenvolvido; ele tem sido constantemente testado e melhorado através de experimentos clínicos controlados na Universidade de Alberta. Este programa utiliza feedback de músculos alvo para aperfeiçoar padrões motores. Através da monitoração e amplificação eletrônica da atividade dos rotatores externos durante um movimento apreensivo, com feedback auditivo e visual imediato para o sujeito, a performance é mudada ou aprimorada. Este programa que enfatiza o controle muscular mais do que o fortalecimento, requer motivação, treinamento e rotinas de vida para manter um padrão estável e controlar a estabilidade do ombro. Usando o sistema de biofeedback de EMG MyoTracTM O equipamento de um canal de biofeedback de eletromiografia (EMG) MyoTrac é um valioso reforçador da atividade apropriada dos rotatores externos. É mostrado aos pacientes um feedback auditivo e visual da atividade muscular apropriada. O sensor único do MyoTrac amplifica os sinais musculares do local onde são colhidos, provendo assim excelente sensibilidade sem interferência elétrica (ver Fig. 1 e 2). Programa de tratamento com biofeedback de um canal
Fig. 2 O MyoTrac é um aparelho portátil que provê feedback auditivo e visual.
Fig. 3 Ensina contração em posição neutra.
Fig. 4 O terapeuta ensina e monitora o programa. Progressão dos movimentos: À medida que o paciente obtém proficiência em cada nível, prossiga com os seguintes exercícios: a) Flexão para a frente com o cotovelo retesado. Fig 5. Evite exercícios que produzam dor ou contusão. b) Flexão para a frente com rotação externa aumentada. c) Abdução com flexão, progredindo para a extensão do cotovelo. d) Abdução com extensão do cotovelo e aumento da rotação externa. e) Abdução a partir da flexão. f) Abdução a partir da flexão com rotação externa aumentada. g) Pegar objetos atrás das costas ou sobre a cabeça. Quando os progressos acima, com crescentes graus de dificuldades, forem completados, progrida para atividades específicas do esporte ou posição que causavam dificuldades. Divida o movimento em suas partes componentes e introduza atividades de pegar ou de fazer movimentos como preparação para um retorno gradual à prática desportiva (figuras 7 e 8).
Fig. 6. Fig. 7. Outros exercícios Se existir uma fraqueza generalizada, instrua o paciente em exercícios de resistência progressiva apropriados. Inclua levantamento para o serratus anterior com os braços colados ao corpo, e exercícios de rotação externa dificultados pela amarração com fio cirúrgico ou dental. EVITE exercícios com resistência que levem a uma posição de contusão (figura 5). Todas as atividades livres de dor são permitidas e encorajadas. O paciente irá requerer duas a três semanas de fisioterapia supervisionada, mas deve fazer um programa doméstico permanente para manter o padrão. Pode ser necessário que o paciente retorne para cursos breves de reciclagem.
Conclusão Este programa enfatiza o controle muscular. Fortalecimento é importante, porém secundário. A colocação do eletrodo é crítica. O programa de biofeedback é desgastante física e psicológicamente, necessitando portanto de períodos apropriados de descanso e de motivação. Geralmente é necessário um progresso lento e cuidadoso. É necessário comprometimento tanto por parte do terapeuta quanto do cliente para que o programa tenha sucesso. Atividades Progressivas: Considere a função Referências:
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